Nasceu de chuva fraca, ao som do desprezo maternal.
Chorando de mágoa a falta de leite, afundou-se na proteção das cobertas
E ao despertar, a memória já fraca guardava um único sorriso, que nem sabe-se a direção
Da tarde fez seu cantar, com sua boneca de nome inocência, a qual logo quebraram
Em seus bobos desenhos o atrito com o chão era doce, as teclas do piano faziam de dança o que lhe jogaram como tanto faz.
Fizeram-lhe a sapatilha não caber mais o pé, trancaram sua essência em sufoco. Olá claustrofobia!
Em tempos de medo abraçou o rapaz que tanto a cobiçava. Que paradoxo a bermuda preta com seu vestido de balé!
Que ousado beijar-lhe aos lábios como dona da própria vida!
Passaram-se os quatro dias, abriram a porta e lá estava o frágil corpo ao chão, a pele clara iluminaria até mais que sol. E como era bela a moça! Lindos fios de cabelo que lhe caiam aos ombros, combinando com seus sublimes lábios roxos.
Adeus! Jogaram-lhe rosas de terra, mas por algum motivo ela ainda permanece naquele quarto, e quinta a noite é dia de bailar.
Já nascemos todos órfãos, nem peito nem leite servem-nos mais.
ResponderExcluirMas as vezes é nossa a escolha pela solidão, pois são muitas as mãos que a vida nos estende, mas pouco observamos, pouco damos o devido valor, até que as estradas se alargam, e as pessoas passam a não mais serem vistas.
Nossa é sempre nossa a culpa da bailarina dançar solitária...
É preciso. Dá força pra nadar numa piscina lodosa.
ResponderExcluirUau! Fiquei sem fôlego e sem palavras para comentar...
ResponderExcluirQue texto maravilhoso... denso, tenso, forte. Mas contrasta com o doce bailar da menina... lindo demais!
Parabéns!
Beijos
Estamos sempre dizendo adeus!
ResponderExcluirLindo teu texto. beijo.
Toda dança tem um adeus.
ResponderExcluirGostei do seu blog
ResponderExcluirUm blogue no seu início já com potencial.
ResponderExcluirParabéns.Gostei do texto.
Bj.
Irene
Surpresa pra ti bebê... Láaaaaaaa no meu blog!!!
ResponderExcluirTe amo muito!
Olá Nátali, a Jana fez surpresa e acabou nos surpreendendo postando o seu blog. Já sou seguidora de Janaina, agora vou ficar por aqui também!! Filha de Janinha, Nátali é!! :-)
ResponderExcluirQue texto maravilhoso, amei demais!
ResponderExcluirSeguindo aqui.
Um Beijo
http://vivendoaviver.blogspot.com/
Obrigado pelo comentário, serás sempre bem vinda.
ResponderExcluirsomos mais do que nossas circunstâncias, somos nossas escolhas, nossa disposição e nossa mudança. Transcedermos em nossos desejos e nos tornarmos senhores de nossos sonhos (que às vezes - e ainda bem! - tornam-se senhores de nós) pode ser necessidade ou escolha (ou ambos).
ResponderExcluire a casca pode parecer frágil, mas a alma, para essa a intensidade não tem limites.
(mas a emancipação não é um processo fácil ou sem dor. Mas aí vamos nós!)
intensidades em entrelinhas. subjetividade, vermelho no preto. Gostei desse lugar!
beijos,
Gabriel
Com certeza merece aplausos e de pé.
ResponderExcluirVi um pouco de sua história ai e muito bem retratada. Está envolvido em um dos seus melhores textos. Parabéns Kaka !