Quem sou eu

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Beijar-te-ei meu anoitecer amargo; enquanto bailarmos o instante. Jogados ao chão da rua como se nada nos fixasse ao mundo. Você continuará a mexer em meus cabelos, quase conseguindo alcançar minha alma com as mãos. Sua barba por fazer fará cócegas em meus dedos, que vibraram ao mínimo contato com a tua pele fugaz. Um abraço, um beijo no canto do lábio, e um eu te amo em silêncio.

sábado, 26 de março de 2011

Doce bailar...

Nasceu de chuva fraca, ao som do desprezo maternal.
Chorando de mágoa a falta de leite, afundou-se na proteção das cobertas
E ao despertar, a memória já fraca guardava um único sorriso, que nem sabe-se a direção
Da tarde fez seu cantar, com sua boneca de nome inocência, a qual logo quebraram
Em seus bobos desenhos o atrito com o chão era doce, as teclas do piano faziam de dança o que lhe jogaram como tanto faz.
Fizeram-lhe a sapatilha não caber mais o pé, trancaram sua essência em sufoco. Olá claustrofobia!
Em tempos de medo abraçou o rapaz que tanto a cobiçava. Que paradoxo a bermuda preta com seu vestido de balé!
Que ousado beijar-lhe aos lábios como dona da própria vida!
Passaram-se os quatro dias, abriram a porta e lá estava o frágil corpo ao chão, a pele clara iluminaria até mais que sol. E como era bela a moça! Lindos fios de cabelo que lhe caiam aos ombros, combinando com seus sublimes lábios roxos.
Adeus! Jogaram-lhe rosas de terra, mas por algum motivo ela ainda permanece naquele quarto, e quinta a noite é dia de bailar.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Chama-se assalto

Estradas longas com destino a lugar nenhum, noite sem qualquer intensidade.
A moça de amarelo some por alguns segundos do negro manto cúmplice.
Olhares piedosos e passos rápidos, a fome tem voz fraca e só pede um sobreviver.
O vento arrasta o corpo magro na velha bicicleta de eternas ferrugens amargas.
Filho da rua, por que suas mãos ainda tremem? Uma alma ainda chora em ti?
"Me desculpa". Bela forma de matar-se! E como mágica o cenário se desfaz.
Confunde-se nervosismo, e como bons humanos que somos, logo morrerá a lembrança.