Nasceu de chuva fraca, ao som do desprezo maternal.
Chorando de mágoa a falta de leite, afundou-se na proteção das cobertas
E ao despertar, a memória já fraca guardava um único sorriso, que nem sabe-se a direção
Da tarde fez seu cantar, com sua boneca de nome inocência, a qual logo quebraram
Em seus bobos desenhos o atrito com o chão era doce, as teclas do piano faziam de dança o que lhe jogaram como tanto faz.
Fizeram-lhe a sapatilha não caber mais o pé, trancaram sua essência em sufoco. Olá claustrofobia!
Em tempos de medo abraçou o rapaz que tanto a cobiçava. Que paradoxo a bermuda preta com seu vestido de balé!
Que ousado beijar-lhe aos lábios como dona da própria vida!
Passaram-se os quatro dias, abriram a porta e lá estava o frágil corpo ao chão, a pele clara iluminaria até mais que sol. E como era bela a moça! Lindos fios de cabelo que lhe caiam aos ombros, combinando com seus sublimes lábios roxos.
Adeus! Jogaram-lhe rosas de terra, mas por algum motivo ela ainda permanece naquele quarto, e quinta a noite é dia de bailar.